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Imagine que você precisa contratar um profissional para um serviço pontual, como um eletricista para uma instalação complexa ou um designer gráfico para criar a identidade visual do seu negócio. Como formalizar esse pagamento sem que o prestador possua um CNPJ? 

É nesse contexto que entra o Recibo de Pagamento Autônomo (RPA), um documento essencial para regularizar pagamentos a profissionais autônomos sem empresa aberta. 

Neste artigo, vamos explicar o que é o RPA, como emiti-lo, suas vantagens e situações em que não vale a pena utilizá-lo.

O que é RPA e quem deve emitir?

O Recibo de Pagamento Autônomo (RPA) é um documento utilizado para formalizar pagamentos a trabalhadores autônomos que prestam serviços sem possuir CNPJ. Ele permite que o contratante recolha os impostos obrigatórios em nome do prestador, garantindo conformidade fiscal e previdenciária.

Quem deve emitir o RPA?

  • Pessoas físicas ou jurídicas que contratam autônomos sem CNPJ.
  • Empresas que precisam registrar pagamentos eventuais sem a necessidade de um vínculo empregatício.

RPA vs nota fiscal: qual a diferença?

Embora ambos sirvam para formalizar pagamentos por serviços prestados, existem diferenças importantes entre RPA e nota fiscal:

CaracterísticaRPANota Fiscal
Quem emiteContratantePrestador de serviço com CNPJ
TributaçãoRetenções de INSS, IRRF e ISSPode ter ISS embutido no preço
Necessidade de CNPJNãoSim
Uso principalAutônomos sem empresaEmpresas e MEIs

Se o profissional possuir um CNPJ, a emissão da nota fiscal é mais vantajosa, pois permite melhor planejamento tributário.

Veja: Como emitir nota fiscal MEI em 2025? Veja o passo a passo com as novas regras

Como emitir o Recibo de Pagamento Autônomo?

A emissão do RPA é um processo simples. O contratante deve calcular os impostos e emitir um documento contendo:

  1. Nome e CPF do prestador de serviço.
  2. Nome e CNPJ/CPF do contratante.
  3. Valor bruto do serviço.
  4. Descontos de impostos obrigatórios.
  5. Valor líquido a ser pago.
  6. Data e assinatura do contratante.

Atualmente, algumas plataformas online facilitam a emissão do RPA automaticamente, garantindo cálculos precisos.

Documentos necessários para emissão

Para emitir um RPA, o contratante precisa das seguintes informações: 

  • CPF e RG do prestador de serviço.
  • Comprovante de endereço.
  • Dados bancários para pagamento.
  • Descrição do serviço prestado.

Quais os impostos relacionados ao RPA?

Ao emitir um RPA, é necessário recolher tributos como:

IRPF

O Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) é calculado com base na tabela progressiva da Receita Federal.

INSS

A contribuição para a Previdência Social é obrigatória e varia conforme o valor do serviço prestado.

Código para pagamento de INSS: entenda como contribuir para a sua aposentadoria

ISS

O Imposto sobre Serviços (ISS) é municipal e pode variar de acordo com a localização e a atividade prestada.

Outros impostos

Em algumas situações, outros tributos podem incidir, dependendo da natureza do serviço.

Saiba mais: Conheça os 10 principais impostos pagos por pessoa física no Brasil

Cálculo do RPA

Para calcular o RPA, siga os passos:

  1. Determine o valor bruto do serviço.
  2. Subtraia os impostos obrigatórios.
  3. O valor restante é o valor líquido a ser pago ao autônomo.

Exemplo:

  • Valor bruto: R$ 2.000,00
  • INSS (11%): R$ 220,00
  • IRRF (baseado na tabela do IR): R$ 75,00
  • ISS (5%): R$ 100,00
  • Valor líquido: R$ 1.605,00

Lembre-se que essa é uma conta simplificada. O cálculo do IRRF, por exemplo, é mais complexo, pois depende da tabela progressiva do Imposto de Renda e das deduções permitidas. 

Quais as vantagens?

  • Formaliza o pagamento de serviços autônomos.
  • Garante o recolhimento correto dos impostos.
  • Permite que o autônomo tenha acesso a benefícios previdenciários.

Quando não vale a pena emitir o RPA?

  • Quando o profissional possui CNPJ e pode emitir Nota Fiscal.
  • Para pagamentos recorrentes que caracterizam vínculo empregatício.
  • Se os tributos reduzirem significativamente a rentabilidade do serviço prestado. É preciso avaliar se o valor do serviço compensa os descontos, e o contratante precisa considerar os custos tributários ao contratar o serviço.

Perguntas frequentes sobre RPA

Quais os impactos do RPA na gestão financeira?

O RPA organiza as finanças do autônomo, garantindo recolhimento de tributos e comprovação de renda.

Quem recolhe o INSS do RPA?

O contratante é responsável pelo recolhimento do INSS e demais tributos obrigatórios.

Em que situações deve-se emitir um RPA?

Sempre que um autônomo sem CNPJ prestar serviço a uma pessoa ou empresa.

É obrigatório emitir RPA para todos os pagamentos?

Não. O RPA é necessário apenas quando não há outra forma legal de documentar o pagamento.

Existe algum programa para emissão de RPA grátis?

Sim, algumas prefeituras e plataformas online oferecem serviços de emissão gratuita de RPA.

O RPA precisa ser registrado em algum órgão?

Não há necessidade de registro formal, mas os impostos devem ser corretamente recolhidos.

Seguindo essas orientações, você garante que os pagamentos a autônomos sejam realizados de forma correta e segura.

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