Taxa de juros do empréstimo consignado CLT: existe um teto definido por lei?

O empréstimo consignado para trabalhadores com carteira assinada (CLT) se tornou uma opção de crédito acessível. Mas uma dúvida ainda gera incerteza: afinal, consignado CLT tem um teto de juros?

A resposta direta é: não, atualmente não existe um teto de juros para o empréstimo consignado do setor privado. 

Diferente do que acontece com aposentados do INSS e servidores públicos, que possuem taxas limitadas por lei, as instituições financeiras têm liberdade para definir os juros cobrados dos trabalhadores celetistas.

No entanto, o governo federal já sinalizou que acompanha o tema de perto e pode definir um limite caso identifique práticas abusivas. Saiba mais abaixo! 

Por que os juros do consignado CLT são mais altos?

Dados do Banco Central mostram que a taxa média de juros para o consignado privado é superior à de outras categorias de consignado. 

Em agosto de 2025, por exemplo, a taxa média para o setor privado foi de 3,79% ao mês. Por outro lado, para aposentados e servidores públicos ficou em torno de 1,81% e 1,86%, respectivamente.

Essa diferença acontece principalmente pela análise de risco feita pelos bancos. Segundo o Banco Central, o perfil médio do trabalhador que contrata essa modalidade inclui:

• Vínculo com empresas de menor porte;
• Menor tempo de emprego na empresa atual;
• Renda inferior em comparação com o tomador médio de convênios antigos.

Esses fatores aumentam a percepção de risco para as instituições financeiras, que acabam aplicando juros mais elevados. 

Ainda vale a pena?

Sim, a modalidade continua sendo mais vantajosa que outras linhas de crédito pessoal. Por exemplo, o cheque especial tem juros de 7,49% a.m., e o rotativo do cartão de crédito pode chegar a 15,29% a.m.

O debate sobre a criação de um teto de juros

O governo está avaliando a possibilidade de impor um limite de juros para proteger os trabalhadores de taxas excessivas. A ideia é criar um ambiente mais justo e equilibrado, semelhante ao que já existe para o setor público.

• A favor do teto: proteger o trabalhador contra os juros abusivos e garantir maior previsibilidade financeira.
  
• Contra o teto: instituições financeiras argumentam que um limite poderia restringir a oferta de crédito. Isso afetaria principalmente os trabalhadores com perfis de maior risco, dificultando o acesso para quem mais precisa.

Dicas para encontrar as melhores taxas de juros

Enquanto o teto de juros do consignado CLT não é oficializado, o mercado está em um momento de alta competitividade. As taxas variam amplamente, de 1,47% a 6,1% ao mês, segundo o ranking do Banco Central. 

Isso significa que a sua ação de pesquisa tem o poder imediato de reduzir drasticamente o seu custo de crédito. Confira nossas dicas:

1. Pesquise e compare: utilize a plataforma da Carteira de Trabalho Digital e os sites dos bancos para comparar as taxas de juros.
2. Use canais oficiais: realize toda a contratação por meio de aplicativos, sites oficiais ou agências físicas do banco. Desconfie de ofertas recebidas por redes sociais ou aplicativos de mensagens.
3. Avalie seu orçamento: antes de contratar, verifique seu holerite e entenda qual será o impacto da parcela mensal em sua renda. O valor não pode comprometer suas despesas essenciais.
4. Cuidado com ofertas milagrosas: propostas com juros muito abaixo da média do mercado ou que prometem liberação de dinheiro sem análise de crédito podem ser fraudes.

O futuro do consignado CLT aponta para um cenário mais regulado. Mas, por enquanto, a melhor estratégia é pesquisar e negociar para garantir as condições mais vantajosas.

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