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    Você já se viu naquela situação em que não consegue pagar toda a fatura do seu cartão de crédito antes do vencimento? Se sim, você foi apresentado ao chamado “crédito rotativo”, conhecido pelas taxas de juros mais altas do mercado.

    Nesse caso, o valor da fatura que ficou sem pagar é automaticamente transferido para o crédito rotativo, ficando sujeito a altas taxas de juros. O funcionamento é parecido com os empréstimos de curto prazo

    No entanto, essa “facilidade” acaba se transformando em um grande problema, devido aos juros exorbitantes cobrados ao longo do tempo.

    O artigo de hoje irá explicar com mais detalhes sobre o crédito rotativo. Continue a leitura para entender como funciona, as novas regras do BACEN e opções mais vantajosas para você quitar seus débitos. 

    Como funciona?

    O funcionamento do crédito rotativo pode ser resumido da seguinte forma:

    • Pagamento parcial da fatura: caso o cliente não consiga quitar o valor total da fatura do cartão de crédito até o vencimento, ele pode optar por pagar apenas uma parte desse valor.
    • Incidência de juros: o valor restante, que não foi pago, é transferido para o crédito rotativo, sendo cobrado com juros. Esses juros são muito elevados, podendo chegar a níveis absurdos.
    • Limite de utilização: o crédito rotativo só pode ser utilizado uma vez a cada 30 dias. Ou seja, se o cliente não pagar o saldo devedor até o próximo vencimento, não poderá mais usar essa modalidade até o mês seguinte.
    • Alternativa de empréstimo: após esse período de 30 dias, a instituição financeira é obrigada a oferecer ao cliente uma linha de crédito com condições mais vantajosas que as do crédito rotativo, para que ele possa quitar o saldo remanescente.

    É importante ressaltar que as regras e condições do crédito rotativo são estabelecidas pelas próprias operadoras de cartão de crédito, que definem os juros, o limite de utilização e as demais condições dessa modalidade.

    Quais são as novas regras do crédito rotativo?

    Em abril de 2017, o Banco Central do Brasil (BACEN) implementou uma série de novas regras para o crédito rotativo. O objetivo principal foi reduzir os altos juros cobrados nessa modalidade e evitar o superendividamento dos consumidores.

    As principais mudanças foram:

    • Limite de 30 dias: o crédito rotativo passou a ter um limite de utilização de apenas 30 dias. Após esse período, o valor restante deve ser pago integralmente ou o cliente deve optar por outra linha de crédito.
    • Fim dos juros sobre juros: as instituições financeiras não podem mais cobrar os chamados “juros sobre juros”, também conhecidos como juros compostos, no crédito rotativo.
    • Oferta de empréstimo alternativo: caso o cliente não consiga pagar o saldo devedor após os 30 dias, a instituição financeira é obrigada a oferecer uma nova linha de crédito com condições mais vantajosas, como taxas de juros menores.

    É melhor pagar o mínimo ou parcelar a fatura do cartão de crédito?

    Parcelar o saldo devedor é uma opção mais viável, pois geralmente oferece taxas de juros mais baixas. Essa alternativa permite quitar a dívida gradualmente, sem criar uma onda de superendividamento.

    Por outro lado, pagar o valor mínimo da fatura pode ser uma solução temporária para evitar a inadimplência. Mas com cuidado, pois os altos juros do crédito rotativo facilitam que a sua dívida fique ainda maior ao longo do tempo.

    Dois conceitos importantes relacionados ao crédito rotativo são o “valor mínimo da fatura” e o “saldo rotativo”. É importante entendê-los para definir o melhor passo a ser tomado para evitar o acúmulo da dívida. 

    Valor mínimo da fatura

    O valor mínimo da fatura é o valor mínimo que o titular do cartão de crédito deve pagar para evitar a entrada em atraso e, consequentemente, o acionamento do crédito rotativo

    Esse valor é definido pela instituição financeira emissora do cartão.

    Saldo rotativo

    O saldo rotativo é a diferença entre o valor total da fatura e o valor efetivamente pago pelo cliente. Esse saldo é o que fica sujeito à incidência dos juros do crédito rotativo.

    Leia também: Vale a pena pegar empréstimo para quitar dívidas?

    Cartões de crédito com juros mais baixos 

    Apesar da alta dos juros no crédito rotativo, existem algumas opções de cartão de crédito que oferecem taxas mais atrativas nessa modalidade. Entre elas, o cartão consignado se destaca. 

    Esse tipo de cartão permite que uma parte da fatura seja descontada diretamente do salário ou benefício previdenciário do titular, dentro de um limite estabelecido (Reserva de Margem Consignável – RMC). 

    Por ser oferecido para aposentados e pensionistas do INSS, geralmente possui taxas de juros mais baixas no crédito rotativo. Essa é uma ótima opção a ser considerada para quem busca segurança financeira. 

    Como usar o cartão sem recorrer ao rotativo?

    Para evitar os problemas causados pelo crédito rotativo, é essencial aprender a utilizar o cartão de crédito de forma consciente e responsável. 

    Algumas dicas importantes são:

    • Estabeleça um “teto de gastos”: defina um valor máximo de gastos mensal para seu cartão, que seja inferior ao limite total disponibilizado pela operadora.
    • Acompanhe a fatura atentamente: fique sempre de olho nos lançamentos da fatura, verificando se as compras parceladas estão corretas.
    • Cuidado com as “parcelinhas”: muitas vezes, a soma de diversas compras parceladas pode comprometer uma grande parte da sua renda mensal.
    • Evite compras por impulso: use o cartão de crédito apenas quando realmente for necessário, evitando gastos desnecessários.
    • Priorize o pagamento integral da fatura: sempre que possível, pague o valor total da fatura na data de vencimento, para evitar os juros do crédito rotativo.
    • Verifique se há tarifas: avalie se o seu cartão de crédito possui anuidade ou outras taxas. Caso tenha, procure por opções gratuitas.
    • Não empreste seu cartão: nunca deixe que outras pessoas utilizem seu cartão de crédito, pois você será responsável por eventuais despesas.

    Também é importante ter uma reserva financeira para imprevistos e, sempre que possível, negociar suas dívidas diretamente com a empresa.

    Seguindo essas orientações, você poderá usufruir das vantagens do cartão de crédito sem se envolver com o crédito rotativo e suas consequências negativas.

    Redação Mercantil 244 artigos publicados

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